O papel da memória na aquisição e uso do idioma
Autora: Stefania Andreoli Rolo

Em meados do século XVIII, o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus desenvolveu a hipótese da retenção de memória em relação ao tempo. Mas o que isso tem a ver com o meu aprendizado e uso da língua? Você sabia que, segundo Hermann, na primeira hora de uma aula seu aprendizado vai de 0% a 100% e em 12 horas você terá se esquecido de 80% desse conteúdo. E como reter os outros 20%? Com algo que é usado pelos aplicativos de aprendizado de idiomas chamado: spaced repetition. Trata-se de input in spaced intervals. Ou seja, volta e meia, aquilo que é aprendido é revisado em diferentes contextos.

Bem, tendo-se isso em mente e pensando tanto em nosso aprendizado da língua como na nossa prática no ensino da mesma, podemos dizer que uma maneira eficaz de aprendermos e usarmos o que aprendemos é fazendo com que a repetição aconteça de tempos em tempos. Ou seja, garantir que, por meio de diferentes contextos e habilidades (speaking, reading, listening activities) possamos retomar expressões e estruturas que queremos que façam parte do nosso repertório.

Não podemos esquecer que também cabe ao aluno buscar estar em contato com o idioma para maximizar suas chances de rever o conteúdo visto em seu curso.O professor e o material do curso não podem ser as únicas fontes de aprendizado e de retenção de novo conteúdo.Vamos pensar em um exemplo: o aluno vê pela primeira vez a expressão “That beats me!” (não faço ideia do que isso seja).

Se entre uma aula e outra, o aluno nunca lê, nunca assiste nada em inglês, a chance de ele rever essa expressão é praticamente nula. Agora, se ele assiste a filmes ou series, se ele tem o hábito de ler artigos ou literatura, a chance de ele se deparar com a expressão – e consequentemente aumentar as chances de retê-la – são muito maiores.

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