Dificuldade ou Transtorno de Aprendizagem?
Autora: Rosane de Angelo
Psicóloga, Psicopedagoga e Terapeuta Cognitivo-Comportamental

Todos nós, professores, alguma vez nos deparamos com aquele aluno que é muito inteligente e esperto, rápido nas brincadeiras e nada inferior aos outros de sua idade e que, mesmo assim, tem grande dificuldade em aprender a ler e escrever.

Mas por que precisamos aprendemos a ler? Aprendemos primeiro a ler e depois lemos para aprender. Para se aprender a ler, é necessário ter senso perceptivo, acuidade visual, capacidade de discriminação de detalhes, capacidade de evocação de imagens visuais e auditivas, além da interiorização de símbolos. Para se aprender a escrever, além das mesmas características, é preciso também ter capacidade de organização, coordenação viso-motora para poder fazer, quando necessário, a projeção do fluxo de pensamento. É um processo longo, que se inicia na Educação Infantil e continua durante os primeiros anos do Ensino Fundamental. É bastante coisa!

Se uma pessoa não aprende a ler e a escrever, ela tem dificuldade ou um transtorno? Quem tem dificuldade de aprendizagem geralmente apresenta baixo rendimento escolar em atividades de leitura, escrita e matemática. Além disso, recebeu oportunidades sociais e culturais adequadas. Quem tem um transtorno de aprendizagem também pode apresentar baixo rendimento escolar em atividades de leitura, escrita e matemática e também recebeu oportunidades sociais e culturais adequadas. A diferença está na origem do problema. Uma dificuldade de aprendizagem está relacionada à problemas com a maneira como o professor explica a matéria, ao método adotado pela escola, à adequação da criança aquela escola, ao preparo do professor e à estruturação do processo ensino-aprendizagem. A origem do transtorno de aprendizagem é biológica, com falhas na seleção, processamento, armazenamento e codificação do estímulo.

Resumidamente, dificuldade de aprendizagem é passageira. Transtorno é duradouro. Isso não significa que quem tenha um transtorno de aprendizagem não possa aprender, muito pelo contrário. Tanto o aluno quanto o professor precisam conhecer sobre o transtorno para juntos definirem as melhores estratégias para o sucesso da aprendizagem daquele aluno.

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